SEM DÉBITOS E SEM CRÉDITOS...
“Deus nunca foi visto por ninguém. Por acaso a gente vê os próprios olhos? Quem vê os próprios olhos é cego. Para ver com os olhos é preciso não ver os olhos... Deus é como os olhos. Não podemos vê-lo para ver através dele. Deus é um jeito de ver.
“Mas uns homens tolos, querendo ver Deus, fizeram um deus com pedaços deles mesmos. E assim inventaram um deus à sua imagem e semelhança. E, como muitos homens têm corações maus, eles inventaram um deus parecido com eles mesmos, um deus mau que provoca medo. Disseram até que esse Deus tem uma câmara de torturas chamada inferno, onde tranca seus desafetos por toda eternidade...
“Há pessoas que pensam que Deus se parece com um banqueiro que tem um livro de contabilidade onde registra os débitos e os créditos dos homens para acertos futuros. Os débitos, chamados pecados, serão punidos. E os créditos, chamados virtudes, serão recompensados. Mas Deus não se parece com os banqueiros. Ele não tem um livro de contabilidade. Deus não tem memória: nem pune pecados nem recompensa virtudes. É como um regato de águas cristalinas. Não importa que joguemos nele os nossos detritos. Ele continua a jorrar águas cristalinas... (Paráfrase: Lucas 15,11)”
TEXTO RETIRADO DO LIVRO: PERGUNTARAM-ME SE ACREDITO EM DEUS. RUBEM ALVES
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