TUAS INSATISFAÇÕES
“um dos defeitos da Humanidade é ver o mal de outrem antes
de ver o que está em nós...”
“... Incontestavelmente, é o orgulho que leva o homem a
dissimular os próprios defeitos, tanto morais como físicos...” (CAP. X, item
10)
Jovens, adultos, idosos, criaturas das varias posições sociais
e dos mais diferentes contextos de vida, sofrem a aguilhoada da insatisfação.
Muitos solteiros procuram incessantemente parceiros afetivos
para que as “sarças da solidão” não possam alfinetar suas necessidades intimas
de se completarem no amor, esquecendo-se, porém, de que solidão é a falta de
confiança em nós mesmos, quando nos rejeitamos e nos desprezamos, e não a falta
de alguém em nossas vidas.
Diversos casados reclamam sistematicamente que já não vêem
mais o cônjuge com os mesmos olhos de antes e, por isso, sentem-se desiludidos
e abalados frete a união infeliz, que outrora julgavam acertada. Contudo, não observaram
que a decepção não era com o outro, porem com eles próprios. Por não aceitarem
seus fracassos, e que projetam suas incompetências e insatisfações como sendo “pelos
outros” e nunca “por si mesmos”.
Varias criaturas enfrentam a pobreza, lutam incansavelmente
para a aquisição de recursos amoedados, tentando desta forma sair das agruras
da miséria. Não percebem, todavia, que prosperidade é uma atitude de espirito,
e que quanto mais declaram à sua mente que estão abertos para aceitar a
abundancia do Universo, mais a consciência se torna próspera; que a verdadeira prosperidade
não se expressa em quantia de bens que possuem, mas sim, no receber e no
dividir todo esse imenso tesouro de possibilidades herdado pela nossa Criação
Divina.
Multiplos ricos labutam constantemente para acumular mais e
mais, e afirmam que isso é necessário para assegurar a manutenção dos bens já amontoados,
por previdência e cautela. Não se dão conta de que sua insatisfação é produto
da ganância desmedida, por alimentarem crenças de escassez e míngua e por
acreditarem que a riqueza é que nos fazem homens respeitados e consideráveis,
pois ainda não tomaram consciência do que é “ser” e do que é “ter”.
Outros tantos buscam o poder, como forma de encobrirem o
desgosto e de se auto afirmarem frente ao mundo, escravizando em plena
atualidade criaturas simples e incautas, para satisfazerem o seu “ego neurótico”.
O desânimo tomou tamanha amplidão em torno deles, que, acreditam que, mandando arbitrariamente
e desrespeitando leis e limites dos outros, possam eliminar o desalento que os
ameaça constantemente.
Jovens e adultos buscam dissimular a insatisfação interior,
e para isso adquirem títulos acadêmicos, acreditando que a outorga dessa
distinção possa trazer-lhes permissão, diante da sociedade, para dominar e
sobressair, com prestígio e capacidade que pensam possuir, quando, em verdade, não
descobriram que o verdadeiro prestigio e capacidade se tornam possíveis a
partir do momento que investimos em nossos valores mais íntimos, em busca do autodomínio.
Insatisfação não se cura projetando-a a situações, a
pessoas, a títulos, a poder, a posições sociais,
mas reconhecendo a fonte que a produz.
Jesus de Nazaré, o Sublime Preceptor das Almas, convoca-nos
a distinguir as verdadeiras traves que não nos deixam avistar as “causas reais”
de nossas insatisfações e nos receita o remédio ideal: fazermos
autodescobrimento para realmente descortinar de nossas profundidade as matrizes
de nossos comportamentos inadequados, que fazem emergir de nós mesmos essa
incômoda atmosfera de “descontentamento” a envolver-nos de tempos em tempos.
Francisco do Espírito Santo Neto – Renovando Atitudes,
espírito Hammed
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