Dostoievski observou que os seres humanos não estão à procura de Deus;estão à procura do milagre. Deus é o objeto mágico que, se propriamente manipulado, faz minha vontade, realiza o meu pedido. Traduzindo em linguagem grosseira: não é ela ou ele que eu desejo, ao me casar. No mundo do “eu-tu”, o otbro ouve atentamente e acolhe o tu como parte de si mesmo. Pode ser um cachorro, uma árvore, uma criança, um ancião, até mesmo o chefe... E, ao assim me relacionar, um mundo humano é criado ao meu redor, mundo em que as entidades não são objetos de uso, mas objetos de prazer. Eu inclusive. Buber conclui sua filosofia dizendo que Deus não está aqui, não está ali; Deus está “entre”, na relação, no hífen... Deus se encontra no espaço misterioso e invisível da relação.
Da Vinci afirmava que só se pode amar aquilo que se conhece.
Eu, presunçoso, afirmo que só se pode conhecer aquilo que se ama.
TEXTO RETIRADO DO LIVRO “PENSAMENTOS QUE PENSO QUANDO NÃO ESTOU PENSANDO” DE RUBEM ALVES, PAGINA 93
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